websérie com o Ap. Kennedy Braga
Tenho falado sobre o Plano de Deus para nós, pontuado alguns
princípios e doutrinas, bem como o nosso comportamento ético, quanto a tudo
isso. Não obstante, não podemos ter doutrina sem ética e ética sem doutrina.
Vou mostrar hoje que Paulo, no texto básico desta lição, tenta mostrar que a
mente humana está fixada em alguma coisa. É uma lei da vida que se um homem
pensa em algo com frequência, chegará o momento em que não poderá desejar outra
coisa. Por isso é importante que o cristão pense em coisas dignas, acreditando
que realmente fazem parte do que Deus tem planejado para ele. Aos colossenses
escreveu o apóstolo: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com
Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de
Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” Cl 3.1 e
2.
Antes de prosseguir no texto é bom fazermos aqui uma
distinção entre costumes e princípios bíblicos.
1. Costumes são procedimentos culturais e ocasionais
Os fariseus chegaram a Jesus e lhe disseram: “Por que
transgridem os teus discípulos a tradição (costumes) dos anciãos? Pois não
lavam as mãos, quando comem” Mt 15.2. Lavar as mãos antes de comer é
costume de higiene pessoal, e, aqui no nosso tempo de Corona é uma exigência
legal e de sobrevivência também contra um mal!
2. Princípios são procedimentos estabelecidos por Deus
São eternos, inalteráveis e inegociáveis. Pedro e João
testemunharam diante do Sinédrio que o princípio da salvação está em nosso
Jesus: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” At
4.12.
Na ética há costumes e há princípios. Como já vimos, os
costumes podem variar de acordo com o contexto cultural e profissional, Stéfano
mesmo temporal, como que vivemos hoje, mas os princípios não. Vejamos como Paulo
trata desse assunto de princípios em sua carta aos Filipenses. “Finalmente,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Fp 4.8
I. Tudo o que é verdadeiro
O primeiro princípio da ética cristã é, sem dúvida alguma, a
verdade. No mundo há muitas coisas ilusórias e enganosas. Prometem o que jamais
podem realizar. Paulo destaca esse princípio quando exorta os efésios, dizendo:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo” Ef 4.15. Por faltar com a verdade, Ananias e Safira
receberam o castigo máximo de Deus: a morte (At 5.1-11). Tenho pedido da parte
dos nossos discípulos e amigos nestes dias de isolamento e de ameaças de um
grande enfrentamento, que se alinhem com Deus e a sua verdade, que arrumem as
gavetas de sua vida, não só a do guarda roupa.
II. Tudo o que é respeitável
A versão Bíblica da Almeida Antiga usa “tudo o que é
honesto”. A Bíblia de Jerusalém usa “tudo o que é nobre”. Respeitável, honesto,
nobre, se confundem no texto original. Quando isso se aplica ao homem, descreve
alguém que vive como se todo este mundo fosse templo de Deus. Isto é, a sua
vida no mundo é idêntica à sua vida no templo de Deus. No mundo há coisas
triviais, baratas, atrativas e superficiais. O cristão deve fixar a mente nas
coisas que são profundas, sérias e dignas. Hoje o que nós estamos vendo é que,
sem se importa com qualquer. Princípio de Honra para com o próximo, cada um vem
tentando levar vantagem desta famigerada situação de desastre mundial, chega a
ser ridículo ver tamanha degradação moral, nós como servos do Deus Vivo, temos
que pensar e viver o respeitável no mais profundo do nosso ser, todos os dias,
pois só existe um lado certo, o lado de Deus.
III. Tudo o que é justo
O termo grego dikaios define o homem justo: o que dá a Deus
e aos homens o que é devido. Em outras palavras, dikaios é a palavra de dever
assumido e realizado. Há quem coloque o pensamento nos prazeres do mundo,
esquecendo-se totalmente dos seus deveres para com Deus e para com a
sociedade. Quer seja pelo, dinheiro, quer seja pela política, seja pela
economia e ou quer seja pela religiosidade das massas sociais, precisamos hoje
mais que nunca, fazermos por nós e por nosso próximo primeiro.
O profeta Habacuque condena a quebra do princípio da justiça
com os cinco “ais” decretados.
1. “Ai daquele que acumula o que não é seu”.
2. “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal
adquiridos”.
3. “Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a
fundamenta com a iniquidade!”
4. “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando
à bebida o seu furor”.
5. “Ai daquele que diz à madeira: Acorda! E à pedra muda:
Desperta!”. Hc 2.6-20
Digo que esse é um texto que se contextualiza muito neste
ano de pandemia.
IV. Tudo o que é puro
A palavra grega usada para puro descreve o que é moralmente
limpo e livre de mancha ou contaminação. No ritual do Antigo Testamento, a
palavra descreve algo purificado de tal maneira que se faz apto para ser
oferecido a Deus em holocausto e para o Seu serviço. Quando Deus ordenou a
Páscoa para o povo hebreu, Ele disse: “O cordeiro será sem defeito (sem
mancha), macho de um ano” Êx 12.5. Por exemplo: quando estabelece em
1Timóteo 3 o perfil do líder espiritual, Paulo começa dizendo: “É
necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível”. Esse é um princípio que
não pode ser alterado no que costumamos chamar de “A ética do obreiro”. Basta
ler com atenção o Salmo: “Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de
permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não
entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente.” Sm
24.3 e 4
Bem, tenho certeza que você já entendeu né, nós informamos,
ensinamos e até sugerimos, mas não podemos impor mais nada, mas o que
precisamos hoje oferecer ao mundo para alcançarmos a Deus, é a limpeza de mãos
e coração, mas o nosso Álcool Gel é Jesus, não o da farmácia ou o do
supermercado, que só atuam na superficialidade, purificando o exterior, chega
ser vergonhoso e imoral o que enxergamos
no coração de alguns homens nesta sociedade.
V. Tudo o que é amável
Parece que a melhor tradução seria “tudo o que é agradável”.
O termo amável ou agradável sugere tudo o que suscita amor. Há crentes que
vivem sofrendo porque alimentam no coração a vingança. Em vez de atraírem para
si o amor, atraem a amargura, o ressentimento.
O escritor da carta aos Hebreus diz: “Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,
muitos sejam contaminados” Hb 12.14-15. Ou seja, faça bem e com
amor, cada dia a sua parte.
Nosso modelo, salvo uma ou outra exceção, está nos crentes
da igreja primitiva, pois se dúvida alguma eram, agradáveis: “...louvando a
Deus e contando com a simpatia de todo o povo” At 2.47. Nós
temos hoje, meus queridos, que sermos Sal e Luz, sim um modelo em tudo para
nossa geração!
VI. Tudo o que é de boa fama
Também pode ser “tudo o que é de boa reputação”. Podemos
clarear esse princípio com a palavra de Paulo em sua primeira carta a Timóteo.
Ele diz: “é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de
não cair no opróbrio e no laço do diabo” 1Tm 3.7. Abraão era
respeitado entre os povos pagãos por causa de sua postura como “amigo de Deus”.
O cristão, nos lábios do próprio Cristo, é “luz do mundo e sal da terra”. Será
que a nossa “fama”, na comunidade em que vivemos, dentro e fora da igreja, é
boa ou má? Será que os nossos parentes e amigos podem dizer de nós o que a
sunamita disse de Eliseu ao seu esposo? “Vejo que este que passa sempre por
nós é santo homem de Deus” 2Rs 4.9. A Sociedade hoje espera de nós
atitudes, extremamente polidas e corretas, no final desta tempestade, chamada COVID-19, além de uma igreja sarada e
livre do mal, a sociedade vera que somos um modelo em Jesus!
Conclusão
Examinamos até aqui os seis princípios da ética cristã.
Agora, Paulo termina a sua doutrinação destacando a excelência do comportamento
cristão: “Se há alguma virtude e se algum louvor existe, seja isso o que
ocupe o vosso pensamento”. Esses princípios se integram no cômputo dos
verdadeiros valores da vida. Pensar nessas coisas significa “tomá-las na devida
conta”. Isto é, levar a vida a sério. Se esses princípios são dignos, então
tornemo-los parte de nossa vida e é isso que chamo de alinhar-se com Deus,
promovendo o crescimento de uma MENS SANNA, (Mente Sã e Corpo Saudável)!
“Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as
paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente” Tt
2.12. Eis a excelência da vida cristã: vida sensata; justa e piedosa.
Para refletir sobre a Lição, se faça estas três perguntas:
1. O que Deus me falou?
2. Como posso obedecer?
3. Qual a palavra revelada?
Um xêro e até a próxima dose!
Ap. Kennedy Braga
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